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Quando a semana começa, um murro no estomago.
Esta manhã veio a notícia de que o pai de uma colega da minha filha morreu. Embolía.
Fiquei em estado de choque. Não por ser próximo da pessoa, conhecia-o só de vista, cumprimentavamo-nos quando nos encontravamos na escola, e fomos da mesma equipa uma vez, num dia do Pai. A noticia deixou-me estarrecido sobretudo pela míuda, que é linda e que é quem vai sentir mais a falta dele. Pela vida fora. Penso também na mulher dele que deve estar absolutamente devastada.
Sento-me a pensar que sentido tem a vida , de facto. Sinto-a tão injusta quando uma tragédia destas acontece que fico sem reacção. Provavelmente o meu abalo é aumentado pela projecção que faço de uma tragédia assim na minha vida e de como seria...um inferno.
E também porque é realmente assustadora a ideia de que acontece cada vez mais vezes este tipo de coisa: uma pessoa ainda nova, sem problemas de saúde que se saiba, de repente cai para o lado, the end.
E é tudo.
18 Comments:
Ler este texto pela manhã, é devastador. Não sei que te diga. Assustador é pouco.
Penso exactamente o mesmo.
De um segundo para o outro a história termina sem espaço para mais uma única palavra!
Por vezes ficamos perplexos, quando estamos algum tempo sem dizer, àqueles que somos próximos, o quanto os amamos e a importância que têm para nós!
E é por isso que temos de fazer com que cada dia conte, ou melhor, cada segundo, porque de um para o outro, chega o Fim!
Grande beijo
Bom dia Pedro, bom eu vinha cá para falar dos "Pequenos Vagabundos" que fizeram a minha alegria na infância, mas penso que o momento agora para falar disto não é o mais adequado.
Deixo um beijo :)
De um dia para o outro, já não haverá um novo dia. De um dia para o outro um ponto final numa frase que se queria sem fim. De um dia para o outro tudo o que se queria ter dito/feito e não se disse e não se fez e já nada há a fazer. Por um lado, ainda bem que não temos esta noção no dia-a-dia, por outro, se a tivéssemos talvez aproveitássemos a nossa vida muito melhor. Talvez não perdêssemos tempo com coisas sem importância. De um dia para o outro essa menina deixou de poder ver alguém que amará para sempre. É duro. É injusto. É mesmo assim...
A vida é curta... e parece que cada vez vai sendo mais curta (não pela duração mas pelo que fazemos dela).
Claro que sempre morreu gente nova... e claro que custa "mais" a morte de alguém "novo" do que de alguém que já viveu a sua vida.
Mais custa quando paramos para pensar e vemos morrer pessoas da nossa idade... isso sim... faz-nos pensar bastante.
Na semana passada li um post semelhante num outro blog. Um pai que morreu e deixou uma criança pequena. O meu comentário é semelhante ao que deixei lá: Há oito anos o meu primo tinha dois anos. há oito anos o meu tio morreu, assim de repente sem qualquer aviso prévio. Injusto? Muito! Um homem que esperou 50 anos para ser pai e de repente desaparece é das maiores injustiças que pode haver. Amava a vida, amava o filho e a família que estava a constituir. Nós ainda o amamos e muito. Mas todos os dias me lembro que a vida é tão curta e é tudo tão relativo que o melhor é aproveitarmos cada momento com aqueles que amamos ao máximo e sem grandes problemas. Estas situações sempre existiram, acho q estamos mais atentos a elas hoje em dia. É uma dor grande e permite-nos passar tudo pela cabeça, mas o mais importante é não esquecermos os nossos e aproveitá-los ao máximo. Porque, infelizmente, nunca se sabe...
Bolas.... :'(
Eu sei o que isso é. É a vida.
Conheço um caso idêntico (não muito próximo também). É assustador, é cruel, sobretudo não é justo.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
=( Há uns meses conheci um caso parecido...é horrível...não é justo e não devia acontecer, principalmente quando há crianças que ficam afectadas desta maneira... Mas acontece e o único remédio é mesmo lidar com isso da melhor maneira que conseguirmos... =(
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por acaso esse senhor não trabalhava na TAP, não? pq na 6ª feira faleceu lá um senhor, ainda novo, com uma filhota de 6 anos. Morreu, assim, do nada. E os colegas (entre eles um grande amigo meu) assistiram a tudo. Do nada, caiu redondo no chão. Horrível e só nos lembramos dos clichés irritantes acerca da efemeridade da vida.
Beijo,
ná
Hoje tomei conhecimento de uma de 22 anos que morreu pela mesma razão...dá que pensar.
Neste preciso momento em que pressiono as teclas, alguém no mundo pressiona o peito de alguém na tentativa de o aguentar cá...
e quando clik "login and Publish" o controle da mensagem que escreve escapa-me das mãos tal como a vida de quem tenta se cá manter.
Admiração que tenho por ti faz-me sentir que estou contigo ...
Por muito que se fale, que se escreva, nunca ninguém saberá lidar com a morte. Esteja ela longe ou perto de nós.
Beijo da mana
Penso muitas vezes neste assunto... é, de facto, assustador.
Não, meu caro Pedro, não. Não é "tudo". Há muito mais.
Um grande abraço.
Cruel. Muito. A vida também sabe sê-lo. Demasiadas vezes.
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