quinta-feira, outubro 19, 2006

A Mia.

Quanto a Mia saiu na manhã de 6ªfeira 13, parecia que ia apenas dar uma das suas habituais voltinhas, ali nas redondezas da casa dos meus sogros. Mas, desta vez, e por razões que só ela conhecerá, não voltou. A gatinha, que sempre ali vivera, nos seus 8 anos de vida, desapareceu.
É incrível a ligação que pode nascer entre as pessoas e os animais, e apesar do seu feitio felino, esquivo, do estilo "estou na minha e não me chateem", a verdade é que essa ligação era tremenda, ao ponto dos meus sogros, e do meu cunhado também, terem passado dias de uma angústia e de uma dor de perda que a mim me doeu também.
E no fim de semana quando o céu pareceu cair sob a forma de chuva forte, quando a chuva trouxe o frio das primeiras noites de outono a sério...os meus sogros choraram baixinho, imaginando onde estaria a gata, ao frio, sem comer, exposta a todos os perigos da rua.
Nestas alturas há sempre palpites: "Foi atropelada", "um cão atacou-a", "ainda volta" ou "passaram muitos dias já não volta".
De repente, está a familia em sobressalto, uma tristeza muda, um medo que alguma coisa possa ter acontecido aquela gata cinzenta que fazia parte de todas as rotinas da casa. Onde estár'a a gata? O que lhe terá acontecido?
Os seus lugares preferidos agora vazios naquela casa. Um vazio que dói.
4 dias depois de ter desaparecido, o milagre: 6 e tal da manhã, o meu cunhado abre a janela e ali está ela, deitadinha no parapeito, à espera que a vida recomece, no ponto onde a tinha deixado naquela 6ªfeira. A Mia! Magrinha, mas eufórica porque regressou.
Ficará para sempre por se saber por onde andou ela, e porque é que naquela sexta-feira não voltou. Mas voltou e isso é que importa. Acho que por trás daquela expressão dela de altivez felina, há um alívio e uma alegria só comparaveis ás pessoas daquela casa. Até acho que ela vai adorar rever o meu puto (uma criança de três anos não impressionavel com garras nem com um qualquer miar mais ofendido), mesmo que ele lhe ponha os nervos em franja...
A Mia. Ainda bem que voltaste, como dizia uma canção.

12 Comments:

At 10:46 da manhã, Blogger Domingos Patena said...

eu tive a mesma experiencia com uma cadela. ela desapareceu numa tarde de sabado de 1999 e até hoje ainda não apareceu. foi uma tristeza tremenda... ainda hoje é. mas como ja se passaram anos a esperança desapareceu. chamava-se kika

 
At 10:53 da manhã, Blogger Inca said...

ai P fiquei com a lágrima no olho, o amor incondicional destes amigos de 4 patas, só pode ser compreendido por quem é sentido. Que alivio no final, por saber que a mia está de volta perto dos que a amam.

 
At 11:07 da manhã, Blogger Flamingo à solta said...

lá em casa há 3 gatas... sendo q a do meio passou pela experiência de se atirar de um quarto andar só p testar a sua aerodinâmica...
Confesso que só aí percebi que a cena entre mim e ela do "tou aqui, partilhamos o mm espaço mas tu és-me completamente indiferente" não é bem assim... e perdâ-la, seria como perder um amigo... embora os meus não sejam tão altivos e cortem as unhas...
Da mm maneira q percebi o susto da minha gata, imagino o susto da Mia "então, mas mas... a casa não é por aqui?? alguem chame o cão vagabundo p me vir ajudar!"...
de certeza que tão cedo não repete...
Virginia

 
At 11:30 da manhã, Blogger patrica said...

Bem vinda a casa, Mia!

 
At 11:41 da manhã, Blogger anamoris said...

Que susto, fico contente porque tudo acabou em bem.
São ligações fortes que temos com os animais.
Beijos

 
At 12:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ainda bem que a Mia voltou. Já estava a ficar angustiada com a leitura deste post. Será que voltou sozinha ou terá trazido uns gatitos escondidos na bariguita?

 
At 12:24 da tarde, Blogger Unknown said...

Deve estar gravida !
Os gatos são assim !
Eu sei , pois o Fuso tambem têm essas pancadas !
Final Feliz !

 
At 12:27 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Eu tenho um gato com 3 anos e confesso que me vieram as lágrimas aos olhos com este post.
Por muito ariscos que sejam os gatos, e o meu não é excepção (de maneira nenhuma), é considerado um membro da família, eu até costumo dizer que é o meu filho mais velho. E nem quero pensar no dia em que ele nos deixar... sei que ninguém fica cá para semente, mas prefiro não pensar muito nisso porque sei que vai doer MUITO!!!

Ainda bem que a Mia voltou...

 
At 2:59 da tarde, Blogger PAH, nã sei! said...

Enquanto escrevo, uma das minhas quatro "fedelhas" olha a Foz do Douro, através da janela a escassos dois metros de onde me encontro... Rafaela de nome mas, "o terror" das outras felinas que mandam cá em casa e que, andam neste momento a correr na tarefa que mais adoram: decoração!!
Todos os dias, sempre que chego a casa, sei que houve redecoração. Mas, não me importo... Vivemos juntas há mais de 8 anos. Correcção... deixam-me viver junto a elas.
Baixam o nariz apenas quando chega a hora do "tacho"! Daí em diante, sou aquela a quem concedem o (às vezes interminável) miminho...
Tanto havia para contar... Como entendo os amigos da Mia (nome pelo qual sou tratada também :)

Sempre que saio de casa, só lhes peço ao ouvido uma coisa: por favor... só mais um dia... concedam-me, por mais um dia, o prazer do vosso ronronar...


(A Rafaela, entretanto, foi buscar um "rato" de borracha que teima em tratar como filho... Traumas de uma gravidez psico(qualquer-coisa) por que está a passar... :))))

 
At 12:22 da tarde, Blogger Allengirl said...

Ainda guardo a esperança de vir a ter a minha Mix para sempre. Reconheço-me nos olhos dela. Eu sei. É estranho. Vou embalsamá-la daqui a muitos muitos anos para conservar aqueles olhos, aquele porte. Só os gatos conseguem.

 
At 2:17 da tarde, Blogger fantasma said...

Bolas, até fiquei com o coração apertadinho e a lágrima no canto do olho. O amor que nos liga aos animais é realmente algo dificil de explicar..
Ainda bem que a Mia voltou, fico muito contente. Faz-lhe uma festa por mim :)

 
At 8:57 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boas P. Estou passando pela mesma angustia q passaram quando a Mia desapareceu. À seis meses adoptamos um gatinho (o Xico) e uma gatinha (a Madalena), e até ao último dia do ano sempre andaram felizes brincando no nosso quintal e quando queriam iam passear ou caçar pelas rendondezas, mas voltavam sempre, passado pouco tempo, no máximo algumas horitas. Mas no dia 31 de Dezembro a meio da tarde a Madalena foi dar uma volta e até hoje (04/01/07) ela ainda não voltou! Estamos tristes e angustiados sem saber nada a seu respeito, se está bem ou não, viva ou m..., e o seu irmão Xico já não é o mesmo, anda muito saudoso e triste pelos quantos! Por isso, eu sei o que voces passaram, só espero é ter o mesmo final q tiveram.
Inté

 

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