sexta-feira, outubro 22, 2004

é o que temos

Há mais ou menos 15 anos que escrevo coisas. Em folhas A4, em Livros em Branco, em documentos Word, até mesmo em toalhas de papel.
E durante muitos anos só mostrei esses poemas e prosas a poucas, pouquíssimas pessoas.
Fui sempre adiando a ideia de tentar publica-los. Até este ano. Senti, não sei porquê, que estava preparado para arriscar a exposição de publicar o que escrevi. E procurei.
Encontrei entusiasmo e sensibilidade, mas depois também descobri uma certa hesitação comprometida..." Disseram-me, com simpatia e delicadeza, que "os poemas são muito frágeis, sabes disso", "confessionais", "expõem-te a ti e a nós"...
Não serão frageis os poemas de todos os poetas? Parece-me injusto, até porque eu já li tanta merda banal escrita por poetas (o que raio será isso afinal...o ser ou não ser poeta...) que...
Claro que isto sou eu a ser juiz numa causa, que não só é minha, como é uma causa fundamental daquilo que sou. É uma coisa orgânica, íntima. Não tenho, pois, como ser imparcial.
Mas fiquei triste, pois só a ideia de assumir o risco da exposição, editando o que escrevi, representa para mim uma grande vitória, pessoal, contra todas as defesas que fui erguendo ao longo dos anos...
E fará sentido editar só as prosas? Hesito...

1 Comments:

At 4:38 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Há prosas que valem por 1000 poesias...
Quando se escreve bem, se dá a ler aos outros, e os outros nos dão força, é meio caminho andado para se escrever, e se possivel, se publicar... Hesitar... Para quê?? Maria :)

 

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